O QUE DISSERAM SOBRE A FAMA E O SUCESSO

Seleção, Organização e Edição: Marco Aurélio Lucchetti
Brigitte Bardot: A glória é um manto pesado demais para eu carregar.

Brigitte Bardot, numa cena de E Deus… Criou a Mulher (Et Dieu… Créa la Femme, 1956), o filme que a tornou famosa.
Mel Gibson: Eu não sei se é fácil explicar o fenômeno da fama. É algo com que você tem de aprender a conviver. Os resultados do estrelato podem acabar com você. Alguns aspectos não são agradáveis. Eu não posso ser como eu era antes de ser um ator famoso.

Mel Gibson, interpretando Porter, em O Troco (Payback, 1999), filme baseado em À Queima-Roupa (The Hunter, 1962), romance policial escrito por Richard Stark (pseudônimo de Donald E. Westlake, 1933-2008).
Jodie Foster: A fama pode levar-nos a viver uma vida que não é a nossa.

A atriz Jodie Foster é conhecida por ser reclusa e avessa à fama.
Mel Brooks: Toda pessoa famosa é meio decepcionante na vida real, porque ninguém consegue ser a essência editada de si mesmo.

O diretor Mel Brooks e o ator Marty Feldman (Martin Alan Feldman, 1934-1982), numa foto tirada durante as filmagens de O Jovem Frankenstein (Young Frankenstein).
Lançado em 1974 e misturando comédia e terror, O Jovem Frankenstein é um dos filmes mais conhecidos de Mel Brooks. Nele, Marty Feldman, que se distinguia por seus olhos esbugalhados e desalinhados, interpretou o corcunda Igor, que se torna criado do dr. Frederick Frankenstein, quando este viaja à Europa para tomar posse do castelo que herdou na Transilvânia.
Terence Stamp: Eu imaginava que a glória transformaria inteiramente a minha vida, isto é, que me transformaria por dentro, que eu poderia ser feliz. Quando descobri que nada disso aconteceria, caí na maior depressão. Tranquei-me em casa, passei um tempão sem receber ninguém.

Terence Stamp, interpretando Willie Garvin, em Modesty Blaise (idem, 1966), filme dirigido por Joseph Losey (1909-1984).
Marilyn Monroe: Um dia, a fama passará. E adeus fama, eu te tive. Se ela passar, eu sempre soube que ela era volúvel. Foi algo que experimentei, mas não era e nem é a essência do que eu vivo.

Marilyn Monroe e seu sorriso cativante.
Robert Redford: A fama é muito superficial e passageira. Vai e vem muito depressa. Nunca me deixei enganar pela fama. Por isso, consegui sobreviver.

Robert Redford, interpretando o fugitivo Bubber Reeves, no filme Caçada Humana (The Chase, 1966), sob a direção de Arthur Penn (1922-2010).
Marlene Dietrich: Se fama fosse sinônimo de fortuna, não seria formidável?

Marlene Dietrich, uma das mais exóticas atrizes das décadas de 1930 e 1940.
Charles Chaplin: Nem a fama e nem a prosperidade jamais me tirarão da consciência a ideia da derrota e o medo da pobreza, as palavras ofensivas, as privações cruéis que sofri em Londres, quando jovem.

Charles Chaplin, encarnando o imorredouro vagabundo Carlitos.
Jessica Alba: As pessoas do mundo da Música são mais divertidas, porque não se levam tão a sério e encaram a fama com bom humor, enquanto os atores…

Jessica Alba é uma das principais estrelas do filme Sin City – A Cidade do Pecado (Sin City, 2005), que foi dirigido por Robert Rodriguez & Frank Miller.
Contando quatro histórias totalmente diferentes, mas interligadas, Sin City – A Cidade do Pecado tem uma estética de histórias em quadrinhos e é baseada na graphic novel homônima de Frank Miller.
O roteiro da fita foi escrito pelo próprio Miller & Robert Rodriguez.
Brigitte Bardot: Nem sempre é agradável ser uma celebridade. De certo modo, gosto de ser célebre, mas também me amedronta. Dá-me a impressão de que sou livre, de que posso fazer tudo o que me agradar. Entretanto, na realidade, não posso fazer nada. Não posso dar um passo, sem que haja gente rodeando-me.
Marilyn Monroe: Quando somos célebres, cada uma das nossas fraquezas é amplificada ao máximo.
Brigitte Bardot: Não posso andar à vontade, circular pelas ruas, como todo mundo. As pessoas me cercam, me pedem fotos ou, então, dizem coisas desagradáveis.
Marilyn Monroe: A celebridade, em geral, desperta inveja.
Gore Vidal: Sempre que um amigo meu faz sucesso, eu morro um pouco.

Gore Vidal.
Brigitte Bardot: Minha glória é construída uma parte de vento e outra – enorme – de ódio. Um mundo de gente sente ódio de mim.
Jodie Foster: Não gosto da fama e nem de dar autógrafos.
Brigitte Bardot: A fama é uma coisa divertida, durante seis meses, um ano no máximo. Depois, é insuportável, a não ser para quem é particularmente estúpido.
Robert Redford: Ser reconhecido envaidece, no início. Quando você é ator e é desconhecido, o anonimato pode ser arrasador. Mas é como no Natal: os primeiros momentos em volta da árvore são incríveis. Então, os brinquedos começam a quebrar e a amontoar-se pela casa, as contas vão chegando… e o encanto termina depressa.
Marilyn Monroe: Ser célebre não significa felicidade total. Mesmo para uma criatura que é órfã, como eu, é uma coisa muito fugitiva. E, além disso, ser célebre não dá repouso a ninguém. Ser célebre é como o caviar: muito agradável, delicioso, mesmo; mas, todos os dias, acaba enjoando.
Madonna: O pior é a falta de privacidade. Não poder sair a pé pelas ruas, sem ser importunada. É uma faca de dois gumes. Eu cresci dizendo que queria ser alguém. Fiz tudo para parecer diferente, vestindo-me diferente, tentando ser diferente. Finalmente, quando se consegue aquilo que a gente ficou a vida inteira procurando, aí você passa o resto da vida tentando se esconder. É muito esquisito.

Na foto acima, Madonna, cuja carreira como atriz de Cinema foi amplamente criticada.
Por seu desempenho medíocre nos filmes em que trabalhou, Madonna recebeu diversos Framboesas de Ouro, incluindo o de Pior Atriz do Século em 2000.
Fred Allen: Uma celebridade é uma pessoa que trabalha duro a vida inteira para se tornar conhecida e depois passa a usar óculos escuros para não ser reconhecida.
Oscar Wilde: Se houver coisa pior do que a fama, é justamente não ter fama.

Oscar Wilde, autor do célebre romance O Retrato de Dorian Gray (The Picture of Dorian Gray, 1890).
Andy Warhol: No futuro, todo mundo será mundialmente famoso durante quinze minutos.
Robert E. Howard: O mundo não tem interesse em corações sangrentos. Tudo que importa é o sucesso conquistado e nada mais.
Marilyn Monroe: Sinceramente, eu acredito que cada um tem o sucesso que merece.
Fernanda Galan: Sucesso é estar feliz consigo e passar isso para os outros.
Vanessa Williams: Sucesso é a melhor revanche.

Vanessa Williams ficou conhecida ao tornar-se a primeira mulher negra a receber o título de Miss América. Isso ocorreu em 1984.
Julio Iglesias: Penso no sucesso em primeiro lugar. Sempre. Não me preocupo se gosto ou não de alguma canção. O público precisa comprar; o que penso a respeito é secundário.
Gustave Flaubert: Que é a glória? É ouvir um monte de asneiras a seu respeito.

Gustave Flaubert celebrizou-se após escrever aquele que é considerado o “romance dos romances”, Madame Bovary (idem, 1856).
Mae West: Quando a gente faz sucesso, falam sobre nós o tempo todo. Quanto a mim, nego tudo, até falar com meu advogado.

Devido a falar abertamente sobre temas tabu, como sexo – isso nos anos 1920 e 1930 –, Mae West é considerada uma pioneira da revolução sexual nos Estados Unidos.
Madonna: É duro estar na boca e nos olhos do público, principalmente quando uma parte da imprensa se preocupa, antes de informar, em saciar a curiosidade dos mais cruéis. Eles querem ouvir sujeiras a seu respeito, como se isso diminuísse a culpa pelos seus próprios defeitos e fraquezas. A minha privacidade e o meu espaço pessoal não são, definitivamente, assuntos para serem tratados nas páginas dos jornais.
Gisele Bündchen: Não acredito que as pessoas gostem de ver suas fotos publicadas em tabloides – com exceção de algumas que prefiro não citar. Definitivamente, não sou uma dessas pessoas. Sou muito reservada. Gosto de ficar em casa e fazer minhas coisas tranquilamente. Detesto gente invadindo minha privacidade. Odeio falar sobre minha intimidade. Acho que deveria existir uma lei contra invasão de privacidade.

Gisele Bündchen, uma das modelos mais famosas de todos os tempos, é reconhecida por seu compromisso de longa data com o meio ambiente.
Naomi Cambell: Procuro não ler nada que saia na imprensa a meu respeito. Já enfrentei muita inveja, muito ciúme, principalmente de gente que não admitia meu sucesso.

Naomi Campbell, possuidora de uma beleza exótica.
Irving Berlin: A pior coisa do sucesso é que você tem de continuar sendo um sucesso.
Adriane Galisteu: É muito difícil permanecer um ano inteiro na mídia. Se eu consegui, não é por nenhuma estratégia planejada de marketing, mas porque eu nunca me acomodei com um pequeno sucesso. Sempre quis mais. Sempre estou buscando uma novidade.

A irrequieta Adriane Galisteu.
Elias Canetti: O sucesso só tem ouvidos para o aplauso. É surdo para o resto.

Elias Canetti, autor do monumental Auto-de-Fé (Die Blendung, 1935).
Bernard Shaw: O segredo do sucesso é ofender o maior número possível de pessoas.

Bernard Shaw notabilizou-se por suas peças teatrais, dentre as quais se destacam: O Homem e as Armas (Arms and the Man, 1894), O Discípulo do Diabo (The Devil’s Disciple, 1897), Pigmalião (Pygmalion, 1912) e Santa Joana (Saint Joan, 1924).
A dramaturgia de Shaw busca constantemente e essencialmente a representação da verdade existencial, oculta pela hipocrisia da vida burguesa.
Mirabeau: Para conseguir certo sucesso no mundo, é preciso estrangular a consciência.
Ovídio: A consciência tranquila ri-se das mentiras da fama.
Arthur Schopenhauer: Dinheiro é como água do mar: quanto mais você toma, maior é sua sede. O mesmo se aplica à fama.
Beba Loncar: Para mim, o sucesso só vale a pena quando a gente mantém a autoestima. Acho que a gente pode conseguir o quer, sem abrir mão de certos princípios.

Beba Loncar, que trabalhou em cerca de cinquenta filmes entre 1960 e 1982.
Maria Grazia Cucinotta: Aos dezesseis anos, eu tinha muitos sonhos, metas que queria alcançar, não só no âmbito profissional, mas também em relação ao mundo que iria encontrar e que os meus filhos acabariam por herdar. Se com a minha fama eu puder chamar a atenção das pessoas para estes assuntos, então as capas, as entrevistas e as fotografias já valeram a pena.

Famosa na Itália por filmes para a televisão e produções do cinema local, Maria Grazia Cucinotta é mais conhecida internacionalmente pelos filmes O Carteiro e o Poeta (Il Postino, 1994) e 007 – O Mundo Não É o Bastante (The World Is Not Enough, 1999).
T. G. Novais: Para conquistar a fama a e o sucesso, a pessoa precisa autopromover-se, pois, como dizem, “a publicidade é a alma do negócio”.
Brigitte Bardot: Eu seria a última pessoa interessada em publicidade.
QUEM É QUEM
Adriane Galisteu – apresentadora, atriz e ex-modelo brasileira.
Andy Warhol (nascido Andrew Warhola Jr., 1928-1987) – artista visual e cineasta norte-americano.
Arthur Schopenhauer (1788-1860) – filósofo alemão.
Beba Loncar (Desanka “Beba” Lončar) – atriz iugoslava.
Bernard Shaw (George Bernard Shaw, 1856-1950) – dramaturgo, crítico e polemista irlandês.
Brigitte Bardot (Brigitte Anne-Marie Bardot) – atriz, modelo e ativista francesa.
Charles Chaplin (sir Charles Spencer Chaplin, 1889-1977) – cineasta, ator e compositor inglês.
Elias Canetti (1906-1994) – romancista e ensaísta búlgaro.
Fernanda Galan – modelo fotográfico brasileira.
Fred Allen (pseudônimo profissional de John Florence Sullivan, 1894-1954) – comediante norte-americano.
Gisele Bündchen (Gisele Caroline Bündchen) – top model e empresária brasileira.
Gore Vidal (nascido Eugene Louis Vidal, 1925-2012) – romancista, ensaísta, dramaturgo e roteirista norte-americano.
Gustave Flaubert (1821-1880) – escritor francês.
Irving Berlin (nascido Israel Isidore Beilin, 1888-1989) – compositor e letrista norte-americano de origem judaica.
Jessica Alba (Jessica Marie Alba) – atriz e modelo norte-americana.
Jodie Foster (pseudônimo de Alicia Christian Foster) – atriz e cineasta estadunidense.
Julio Iglesias (Julio José Iglesias de la Cueva) – cantor, compositor e ex-futebolista espanhol.
Madonna (Madonna Louise Veronica Ciccone) – cantora, compositora, atriz e dançarina norte-americana.
Mae West (Mary Jane “Mae” West, 1893-1980) – atriz, cantora, comediante e símbolo sexual norte-americana.
Maria Grazia Cucinotta – atriz italiana.
Marilyn Monroe (pseudônimo de Norma Jean Baker, 1926-1962) – modelo e atriz estadunidense.
Marlene Dietrich (Marie Magdalene “Marlene” Dietrich, 1901-1992) – atriz e cantora alemã naturalizada norte-americana.
Mel Brooks (nome artístico de Melvin James Kamisnky) – ator e cineasta norte-americano de origem judaica.
Mel Gibson (Mel Columcille Gerard Gibson) – ator e cineasta estadunidense.
Mirabeau (Horoné Gabriel Riqueti, conde de Mirabeau, 1749-1791) – jornalista, escritor e político francês).
Naomi Campbell (Naomi Elaine Campbell) – top model britânica.
Oscar Wilde (Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde, 1854-1900) – escritor e dramaturgo irlandês.
Ovídio (Publius Ovidius Naso, 43 a.C.-17 ou 18 d.C.) – poeta romano.
Robert E. Howard (Robert Ervin Howard, 1906-1936) – escritor estadunidense. Criador do personagem Conan, O Bárbaro. É considerado o “pai” do subgênero Espada & Feitiçaria,.
Robert Redford (Charles Robert Redford Jr.) – ator e cineasta norte-americano.
Terence Stamp (Terence Henry Stamp, 1938-2025) – ator inglês.
T. G. Novais (1922-2008) – jornalista, escritor e tradutor nascido provavelmente no Brasil.
Vanessa Williams (Vanessa Lynn Williams) – atriz e cantora norte-americana.

Marco Aurélio Lucchetti é professor universitário e pesquisador de Cinema, Quadrinhos e livros populares.